casa100
O desafio era construir uma moradia T4, para uma família de 4 pessoas, por 100 mil euros, mais IVA.
O desafio tornou-se mais difiícil porque a construção teria de ser em ambiente urbano, neste caso no centro do Porto, numa rua de acesso condicionado pelo estacionamento abusivo constante.
O programa funcional da casa teria de incluir três quartos, dois ou três banhos, sala, cozinha e um pequeno escritório. Não era fundamental a existência de um espaço próprio para lavandaria. A máquina de lavar ficaria na cozinha e a roupa seria seca no exterior.
Olhando para o terreno, percebeu-se logo a possibilidade de fazer um trabalho quase académico: uma casa de 4 frentes, com as principais zonas sociais perfeitamente orientadas a sul. Uma parte desta ideia advém da quase esquecida CTO, casa termicamente otimizada, ainda existente no campus do IAPMEI / INETI do Porto. (www.adeporto.eu)
O exercício arquitetónico foi depois tentar “compactar” as funções num volume contido, reduzindo a superfície específica em contacto com as intempéries e a área de construção. Considerando as necessidades funcionais de uma casa, a ortogonalidade do mobiliário, a necessidade de horizontalidade em pavimentos e verticalidades em eixos de portas e caixilharias móveis, a forma acabou por assumir um paralelepípedo com telhado em duas águas. A inclinação algo excessiva do telhado foi tanto uma opção estética como uma forma de mais tarde se poderem construir pequenos mezaninos de madeira nos quartos das crianças.
A necessidade legal de uma instalação sanitária completa no rés-do-chão condicionou um pouco a génese do projeto. A partir da presença do banho, concebeu-se o resto do espaço, com a escadaria bastante centrada na fachada norte. Aliás é na escadaria onde nos permitimos algum desenho a mais, com a cortina de lâminas de madeira que resguardam os degraus e continuam para a guarda do corredor do andar.
Quanto ao método construtivo, as opções da arquitetura, quer na distribuição dos espaços interiores quer nas fenestrações exteriores, permitiam uma panóplia de sistemas, desde os sistemas mais tradicionais até à construção em madeira, passando pelo LSF.
Assim, pensou-se inicialmente em fazer a casa num misto de paredes portantes de alvenaria de tijolo maciço e estrutura de madeira. Com a realidade dos orçamentos, perdeu-se a estrutura de madeira e apareceram as já tradicionais lajes aligeiradas. Nem com a construção integral em madeira, nem com o LSF se conseguiram preços competitivos em relação à construção tradicional.
Um dos riscos estéticos e funcionais assumidos nesta casa prende-se com a ausência de rebocos. A ideia seria mais feliz coexistindo com os tetos de vigas de madeira à vista, mas terá agora de sobreviver com os tetos lisos, paciência; 100 mil euros obrigam.
Analisados os vários orçamentos e descartando as soluções alternativas e mais caras (LSF, madeira), escolheu-se a empresa PEMI (www.pemi.com.pt), que apesar de não apresentar o preço mais competitivo, foi sem sombra de dúvidas quem melhor se portou em termos de respostas às várias alterações que o projeto foi sofrendo.
A solução inicialmente orçamentada era inclusive uns 15m² maior. A casa encolheu para se adaptar a um orçamento real.
A PEMI, foi orçamentando diferentes versões da casa até atingirmos o valor pretendido, à custa da redução da área de construção e à simplificação de alguns elementos construtivos.
A obra começou no dia
27 de Novembro de 2017
e terminou na Primavera de 2019